terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Salvadores
Ouvi hoje na televisão
Que tristeza e fado,
Nostalgia e solidão,
Caminham lado a lado.
Pois eu digo-vos nesta prosa
Que a vida não é assim
Por ser maravilhosa!
Hoje nasceu o meu salvador
Aquele que me trouxe sentimentos habitáveis debilmente
Em grutas que já não conhecia
Trogloditas...
Já nem sei o que são tristezas malditas
Porque hoje só consigo sorrir!
Já nem sei que ânsias eruditas
Existam ou possam existir:
Hoje só me da para rir!
Amo já este menino sem ainda o ter visto
Amo-o já de uma forma desproporcional com qualquer medida
Amo-o porque ele é já parte de mim
Porque apenas por ter chegado me ressuscitou a vida!
Amo-te Salvador, desprotegido nunca serás
Porque sei que terás imenso tempo para me amar também
Porque significas tão só felicidade no estado puro!
E eu não saberei mais chorar
Com meninos como os que a vida me veio dar!
Porque um sorriso estampado no rosto de cada um deles
É mais poderoso sozinho que mil problemas!
Porque sem esse sorriso nunca haverá rastos de vida
Porque esse sorriso afasta os dilemas!
Amo-vos, meninos meus
Vocês são o meu deus!
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Pilares meus de vida minha
Imagem: Maria da Silva (agradecido) - vejam as maravilhas que ela capta
Gosto de sentir a vida
Mas sinto-a com uma soturnidade tão intensa
Que chego a desejar que todos, mesmo os que amo
A sintam assim também.
E descobrindo, desfilando, deslizando,
passo pela vida aos escorregões
Com uma sensação constante de ter deixado algo
Com um amor profético carregado às costas
Com um receio temeroso do que esta vida tem.
Nem mágoa nem alegria:
Não sinto nada senão amor.
Muitas vezes julgo sentir alegria, mas é amor
Outras penso sentir raiva, mas é amor.
Outras nostalgia ou saudade, mas é amor...
Em cada quark, em cada electrão, protão, neutrão,
Em cada átomo, em cada célula, em cada órgão
Em cada parte recôndita de mim, só sinto amor.
Amor a esse algo que deixei
Amor a tudo o que já amei
Amor aos meus, esses a quem posso chamar meus!
Basta-me parar e recordo,
Basta-me um segundo de olhos fechados
Para ver o Mundo
Para que me invadam um turbilhão de recordações.
Recordo dia após dia quem é o segredo do meu sorriso
Pois se descubro, se desfilo, se deslizo
É a vocês que o devo, amigos e família
Pregados e alojados no meu coração
Magníficos são os meus pilares
E sempre os meus pilares serão.
Sintam o que sinto
Deambulando soturno por estas novas ruas,
Percepcionando a mudança constante das luas,
Já nem sei que quero da vida nem que'é vida
Porque a minha rota não s'ta definida.
Que sensação má do que tenho gasto
Que mórbida estranheza a meu lado
Que viver mais podre e nefasto
Que ser tão desorientado
Me sinto, aqui, hoje.
O mundo me foge.
A vida é,
Aqui ao pé,
Só nada!!!
Aaaahhh!!!
Porque deambulo por deambular
As luas já não se encontram no lugar .
Porque a vida não s'ta como devia estar;
Porque a rota é em si demasiado vulgar.
(Este poema pretende que o leitor vá esmorecendo à medida que o lê, dai que não só os versos vão ficando mais pequenos como a própria métrica do poema vai diminuindo em ciclos constantes. No primeiro verso há 14 silabas métricas, no seguinte 13 e assim sucessivamente. Por outro lado, até à epifania final iniciada no verso "a vida é", todos os versos acabam com uma palavra grave (que tem a silaba tónica na penúltima sílaba). Isto porque são palavras com uma acentuação sonora que se intensifica e esmorece, desta forma pretendo retratar o que é a vida, com constantes desilusões.
Quanto à ultima quadra, ela pretende explicar a razão de tal esmorecimento, sendo que todos os versos são hendecassílabos (com 11 silabas métricas). Escolhi o número onze pela sua simetria e perfeição, numa ténue esperança de que a vida possa ser assim também.)
Maratona sem prémio (pelo contrário)
Desacelerando o ritmo constante
Da vida maravilhosamente errante
A órbita é comprida mas apreceável.
Ritmando o ritmo desordenado
Do fulgor por nós criado
A órbita é comprida mas alcançável.
Não mais que sonhos se almejam
Não mais que verdades se desejam
No caminho da nossa incrível vida.
Mais curta que comprida, mais curta que comprida.
Porque sem conta, peso, ou medida
Aprecia-se tudo sem classificação
Vêem-se as coisas tal como são
Porque sou da natura irmão
Porque sou da natura irmão.
E que pássaros voando
Pedras rolando
Humanos caminhando.
E que animais vivendo
Árvores crescendo
Vidas sem dividendo
Que descobrem o horrendo
E orbitam no desnecessário
Do valor material e primário.
Tic-tic-tic
ploc-ploc-ploc
Ah-ah-ah
A musica que a natureza nos dá...
Não sei se algo mais belo haverá,
Mas sei que coisa mais pura não há!
Porque a sofisticação ilusória
Que mudou o rumo da história
(Mais curta que comprida, mais curta que comprida
Mais mentira que vida, mais mentira que vida)
Em nada melhorou o mundo
Que se tornou vazio e moribundo
Que não é mais algo a que se possa chamar
MUNDO! MUNDO! MUNDO!
O vazio a triplicar
Mostra a importância que lhe devíamos dar
O mundo não é mais natureza
Porque ninguém lhe vê a beleza
Que os verdadeiros Homo-Sapiens lhe deram
Somos nada mais que o vazio - tão só
Somos animais que metem dó...
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