domingo, 24 de fevereiro de 2013

Tenho a vida a correr

Image from: http://gravityoflife.blogspot.fr/2010/03/reason-to-life.html



Tenho as pálpebras a arder
De tantas horas a olhar, especado
Para o tecto a ceder
Da casa que me deu tanto agrado.

Tenho as pernas a tremer
De tanta ânsia de voltar a ser empurrado
Pela alma triste de se ver, e ter
Pela voz que me deixava de lado.

Tenho o coração a bater
Cada vez mais forte, por querer vida
Querer sensações, sustos querer
Querer estar de partida.

Tenho a vida a correr
E dela corro eu atrás
Não a posso mais perder
Sei o bem que ela me faz.

Tenho os olhos a abrir...
Aos poucos, como se de um bebé me tratasse
Não como se do berço me deixasse cair
Mas como se do berço me levantasse!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Aquilo a que posso chamar casa


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ESTE sou eu
Não aquele que durante uns meses se perdeu.

Encontrar-me aqui, nesta santa casa
Fez-me perceber que é isto que sou
Nada mais, nada menos.
Sou talvez quem sabe, um homem de climas amenos
De mimo, de memorias da minha infância que voou
Em que tanto corri, e tanto ri
Em que tanto vivi, tão pouco sofri.
Obrigado, minha família adotiva
Por muito que viva
Por muito que viaje
Acabo sempre neste mesmo destino
Onde passei os meus tempos de menino.

Sei que nenhum de nós durará para sempre
Mas enquanto a vida nos unir
Terei sempre um lugar para vir.
Posso ter de me ausentar
Mas este bocadinho de mim aqui fica com vocês
Bem cedo, acreditem, hei-de cá estar outra vez.