sábado, 26 de dezembro de 2009
Eu estou aqui para o mundo
Mas o mundo não está aqui para mim
Mas que pedaço de papel queimado
Faço de mim, desgraçado.
Mas que pobre bocado de pão
Me torno, em mim, podridão...
Nada na negridão do meu olhar
Me impede ou incita a amar
Nada em vida pobre
Que tenho e me impede de ser nobre,
Poderá trazer qualquer tipo de mim
Pois nada no mundo me diz que sim.
A circunvalação social
Que retrato em versos altamente poéticos
(altamente ou pobremente)
Tornam-se pedaços momentâneos e épicos
Da desilusão de nós, energúmena gente!
Porque Deus e o diabo são iguais: inexistentes
Porque a essência de nós próprios é a mesma que nada
Porque a essência não é a que se conhece:
É a que se sente
Nos espaços recônditos da mente
Na percepção de que ninguém é diferente
Na concepção de mim enquanto gente.
E o mundo é matéria que habitamos
Mas temos a casa suja, acredite-se!
Nos pedaços amáveis dos que amamos
Arrumar-se-á a beleza que nunca notamos
Porque somos demasiado secundários
Porque as letras formam mais que abecedários!
Este poema é prova disso
O mundo é mais do que aquilo que vemos
O mundo é tudo o que temos!
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