quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Afim de viver


I
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Explode em mim uma necessidade enorme de ser aceite
Um fulgor bastante intenso que ora me mata
Ora me faz renascer em potência.
Há dias em que não sinto ter decência
Outros em que quero e sinto poder fazer tudo.

Fazer de mim mesmo um homem equilibrado
Será tão difícil como fazer falar um mudo
Tenho esse objectivo bastante bem delineado
Mas perco-me duas vezes em casa três
Porque a depressão, mistura-se com melancolia
E esses sentimentos invadem-me à vez.

Da noite, passo para o dia
Como quem abre e fecha os olhos
Bem quero ter a tal tranquilidade
Tenho uma enorme necessidade
Agarrada a mim, e não sei se tenho a força para a satisfazer
Mas terei de a encontrar, afim de viver.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013


Hoje isto


É estóico, desumano
O esforço que faço, dia após dia
Para encontrar razões que me agarrem ao discernimento.
Sei que tem sido um esforço constantemente inútil
Sei que me fez perder no Mundo
Luto a todo o momento
Levanto-me por todas as vezes que bato no fundo
Mas sou, ainda assim, feliz.

Nem que o Mundo saia de órbita
Nem que o Sol venha a explodir já amanhã
Sinto, cá no fundo, que me livrarei de todas estas fobias
Mas sinto também, e isso é indiscutível
Que nem que haja uma volta completa na minha vida
Nunca mais serei feliz como fui em criança
A tempestade tem sido tão grande
Que já não haverá uma tão grande bonança.